Cultura Sustentável

Estruturas de Poder – Desqualificação do outro (primeira parte)

Desenvolvemos, como humanos, uma estratégia básica para lidar com nossa vulnerabilidade: acumular poder. Mesmo que não aplaque plenamente nossa angústia, sentirmo-nos poderosos perante o outro nos traz uma (frágil) sensação de segurança. Com o tempo, criamos diversas variáveis dessa estratégia, que fazem parte de nosso cotidiano sem que percebamos. É sobre elas que discorre a série de textos que inicio agora.   Uma maneira simples de acumular poder é desqualificar o outro. Quem é desqualificado perde força, e quem desqualifica ganha. Algumas maneiras comuns:   Banalizar...
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Ser pai num mundo capitalista

Carrego comigo uma dor. De ser pai num mundo capitalista, desigual, que coloca o trabalho e o dinheiro como centro da vida. Parte desse dor é de me sentir vítima. Porque eu gostaria que a família fosse o eixo e o trabalho orbitasse em torno dela – e não o contrário. Que a cultura gerasse mais home office, menos horas de trabalho, mais integração das crianças nas reuniões e no cotidiano profissional, mais autonomia e liberdade sobre como equilibrar o tempo dedicado a produzir e a simplesmente existir, mais abundância compartilhada de recursos, para podermos escolher nos dedicar à poesia e ao...
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O que há de errado com o “Alimento para Todos”

Recentemente, compartilhei a notícia de lançamento do programa “Alimento para Todos”, lançado pela atual gestão da prefeitura de São Paulo, junto com uma mensagem sarcástica, em que critico tanto o Programa em si quanto a foto do lançamento, em que predominam pessoas brancas. A publicação gerou uma resposta incomodada de um amigo, afirmando que esse tipo de projeto “é tendência e super necessário”, questionando se “para sancionar um projeto de lei deve haver cota racial também para quem participa do ato”, e sugerindo que minha crítica teria sido feita “sem analisar o que é, apenas por ser adve...
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A maternidade/paternidade é estressante?

Confesso que me inquieta o uso do verbo “ser” para definir as coisas. Quando algo “é”, significa que ele se mantém assim independente das condições. Uma árvore é uma árvore mesmo se cortada ao meio, se bem ou mal cuidada, ou se vive espremida numa calçada de avenida ou no espaço amplo duma floresta.   Se ser pai ou mãe é estressante, esse estado se mantém independente de suas condições. Mas não é o que percebo. A partir de tantas experiências vividas por mim ou por pessoas próximas, e de tantos relatos lidos e assistidos, vejo que o estresse da paternidade – e, em especial, da mater...
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William Waack é nosso doloroso espelho branco!

Uma reflexão sobre William Waack e o que isso conta de nós, brancos. Em geral, quando existe uma ideologia ou opinião que é realmente rechaçada por uma sociedade (seja isso positivo ou negativo), as pessoas que as sustentam escondem isso de tudo que é jeito, para se proteger. E quando se expõem, é conscientemente, como forma de luta. Tipo livro sobre comunismo na época da ditatura ou homossexualismo no Iraque. O fato de Waack se sentir à vontade para fazer aquele comentário em pleno ambiente de trabalho, para uma pessoa que nem íntimo dele é, e com câmeras apontando para seu nariz, fala tanto ...
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O que é ser normal?

Qual o nosso papel em cristalizar ou flexibilizar os padrões de normalidade de nossa cultura? Como contribuímos para a construção de privilegiados e marginalizados? E o que isso tem a ver com os “loucos” que moram nas ruas das grandes cidades e os hospitais psiquiátricos onde amontoam-se restos de gente, esquecidos pelo mundo? E o que isso tem a ver com movimentos como os da “anti-psiquiatria” e os Centros de Atenção Psico-Social, que preferem a integração do indivíduo em tratamento à sociedade, em vez da internação? https://www.youtube.com/watch?v=7eFhl4HrALA
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O que há de errado com o “Alimento para Todos”

O que há de errado com o “Alimento para Todos”
Recentemente, compartilhei a notícia de lançamento do programa “Alimento para Todos”, lançado pela atual gestão da prefeitura de São Paulo, junto com uma mensagem sarcástica, em que critico tanto o Programa em si quanto a foto do lançamento, em que predominam pessoas brancas. A publicação gerou uma resposta incomodada de um amigo, afirmando que esse tipo de projeto “é tendência e super necessário”, questionando se “para sancionar um projeto de lei deve haver cota racial também para quem participa do ato”, e sugerindo que minha crítica teria sido feita “sem analisar o que é, apenas por ser adve...
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Sobre meu (nosso) privilégio como branco

Sobre meu (nosso) privilégio como branco
Esse texto é uma reflexão minha (Gustavo Prudente), que busca convidar outros brancos para refletirmos juntos. Está dividido em 04 partes e está sendo publicado, de início, inteiro, e, em seguida, cada uma das quatro partes, com link direcionando para o texto inteiro. Agradeço às provocações e à revisão da amiga Caroline Hornos, e à leitura crítica de quatro queridos amigos que estão “do outro lado” deste privilégio: Daniela Damiati, Dimas Reis, Josane Miranda e Supriya Ramos.                    O despertar (parte 1 de 04)   No último ano, devido a uma série de sin...
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Cultura Sustentável

Acredito que Líderes do Coração em plena expressão podem inspirar juntos pessoas, grupos, organizações, comunidades e, até mesmo, nações, a desenvolverem culturas sustentáveis. Culturas sustentáveis são crenças, pressupostos, hábitos e outros combinados que, uma vez internalizados, fazem com que o coletivo em questão funcione de forma orgânica, espontânea e durável, preservando e até gerando energia - em vez de perder cada vez mais energia. Uma cultura pode ser sustentável tanto no campo soft humanity (formas de se relacionar consigo, com os outros e com o mundo a sua volta) quanto no ca...
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Ser forte para ser delicado

A delicadeza, sem força, é um carinho sem tônus, que não confronta. A força, sem delicadeza, é um tônus reativo, que não cuida. A força delicada é um tônus que acolhe. A delicadeza forte é um carinho que protege. Quem são os homens que, hoje, arriscam ser delicados, sem abrir mão da sua força? Quem são os homens que, hoje, sustentam ser fortes, revestindo-se de delicadeza? Conseguir massagear a dor do mundo com mãos que não se acovardam, nem a apertam até sufocar. Conseguir massagear a própria dor com mãos que entram firmes e sensíveis no próprio coração. Respirar o ódi...
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